sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Maldição feminina

  • Uma das minhas grandes manias é pesquisar sobre crimes famosos. Acho que isso se deve a minha imensa curiosidade mórbida. Já li quase tudo publicado na internet sobre Ângela Diniz, Daniela Perez, Irmãs Poni, etc, etc e etc.
  • Belo Horizonte, quarta-feira 20 de janeiro de 2010. Uma cabelereira é assassinada com 9 tiros pelo ex-marido na frente das clientes e sendo tudo filmado por um circuito interno de TV (muito provavelmente colocado lá pra vigiá-lo). O caso ganha repercussão nacional com direito de bate-boca do Datena com a chefe da Delegacia de Mulheres de BH.
  • Certa vez eu li uma estatística de que 85% das mulheres já foram agredidads de alguma forma (fisica, sexual ou verbalmente) pelo marido, companheiro ou namorado.
Mas por que tô falando isso?!
Simplesmente por causa do maldito ciúme e do desgraçado sentimento de posse aos quais nos todas estamos sujeitas. Milhares de mulheres morrem todos os dias pelo mundo afora porque seus homens acreditam que elas lhes pertencem e que somente por isso têm o direito de controlar suas vidas e de até matá-las.
Muheres são ciumentas? Sim. Possessivas? Com toda certeza. Mas nós temos um problema. Na seleção natural os machos, por serem caçadores, se tornaram maiores e mais fortes. Apenas o porte e o desastre fisico, sem nem entrar no mérito emocional, que uma surra masculina pode causar, amedrontam grande parte das mulheres que se submetem a esses homens que não honram o que têm no meio das pernas.
Pior nisso tudo é saber que por mais que sejam criadas leis para punir a violência contra a mulher, o machismo e a impunidade berram nesses casos. O tal marido da cabelereira já tinha sido denunciado por ela por OITO vezes sem que nenhuma providência tenha sido tomada pelo juiz. Deu no que deu. E agora, o judiciário mineiro vai ser acusado como cúmplice do assassinato?! Deveria.
Quando do julgamento do playboy Doca Street , que alegava legítima defesa da honra ao matar a namorada Ângela Diniz, o poeta Carlos Drummond de Andrade disse "Aquela moça continua sendo assassinada todos os dias e de diferentes maneiras". Todos os dias, milhares de moças são assassinadas de diferentes maneiras mas pelo mesmo motivo.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Semanários

Não adianta, depois de 7 períodos de curso eu já penso como historiadora. Durante as minhas intensas pesquisas inúteis no Google (pra mim a maior invensão da humanidade desde o anti-concepcional!) acabei descobrindo dois sites que eu já tinha ouvido falar mas sempre tive preguiça de entrar.
O primeiro e mais legal de todos que eu POR INCRÍVEL QUE PAREÇA RECOMENDO é o da Veja - http://veja.abril.com.br/acervodigital/home.aspx . Sim a revista é uma merda, de uma parcialidade podre, escrota e todos mais adjetivos pejorativos que existirem, vide o dossiê feito pelo Luis Nassif - http://luis.nassif.googlepages.com/acaradaveja .
Mas como todo e qualquer semanário ela é um retrato da mentalidade da época, sem trocadilhos. É tragi-cômico ver como a AIDS era vista em 1985, numa reportagem bem feita e bem escrita mas que não cita em momento algum a camisinha como forma de prevensão à doença. E isso não é por incompetência do jornalista ou um editor querendo criar pânico. É simplesmente porque, na época, não se tinha a menor certeza de que a camisa-de-vênus prevenia de fato o HIV (conhecido até então como HTVL-3).
Outra coisa bacana que o site preservou foram as propagandas. Empresas que não existem mais com Mesbla, Bamerindos e Transbrasil estão lá mostrando toda a sua força publicitária. Além disso, chama a atenção a quantidade de propagandas de cigarro.
Fica uma dica, só leia as reportagens até o início da década de 1990. Depois disso o que se vê é a boa e velha Veja que nós conhecemos. Dispensável!
O outro link que recomento fortemente é o do Memória Viva - http://www.memoriaviva.com.br/ocruzeiro/ - que digitalizou alguns (poucos) números da revista semanal O Cruzeiro.
Pra quem não conhece, a revista circulou entre 1928 até o final da década de 70 e foi fundada pelo Assis Chateaubriand que, como bem definiu o J.P. Furtado, foi o Cidadão Kane brasileiro. Além disso, ela foi dirigida durante quase 30 anos pelo David Nasser, um cara tão mau-caráter que foi uma das figuras mais interessantes da sua época (e que apanhou do Brizola no Aeroporto Santos Dumont).
Apesar de não ter tantos recursos como o site da Veja, o Memória Viva vale principalmente pelo resgate de um passado, pelo menos pra mim, tão longínquo. O destaque vai pras reportagens super sensacionalistas sobre o Crime do Sacopã e a matéria sobre a morte do João Pessoa inssulflando as massas a tomarem um atitude. Vale a pena.