quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Semanários

Não adianta, depois de 7 períodos de curso eu já penso como historiadora. Durante as minhas intensas pesquisas inúteis no Google (pra mim a maior invensão da humanidade desde o anti-concepcional!) acabei descobrindo dois sites que eu já tinha ouvido falar mas sempre tive preguiça de entrar.
O primeiro e mais legal de todos que eu POR INCRÍVEL QUE PAREÇA RECOMENDO é o da Veja - http://veja.abril.com.br/acervodigital/home.aspx . Sim a revista é uma merda, de uma parcialidade podre, escrota e todos mais adjetivos pejorativos que existirem, vide o dossiê feito pelo Luis Nassif - http://luis.nassif.googlepages.com/acaradaveja .
Mas como todo e qualquer semanário ela é um retrato da mentalidade da época, sem trocadilhos. É tragi-cômico ver como a AIDS era vista em 1985, numa reportagem bem feita e bem escrita mas que não cita em momento algum a camisinha como forma de prevensão à doença. E isso não é por incompetência do jornalista ou um editor querendo criar pânico. É simplesmente porque, na época, não se tinha a menor certeza de que a camisa-de-vênus prevenia de fato o HIV (conhecido até então como HTVL-3).
Outra coisa bacana que o site preservou foram as propagandas. Empresas que não existem mais com Mesbla, Bamerindos e Transbrasil estão lá mostrando toda a sua força publicitária. Além disso, chama a atenção a quantidade de propagandas de cigarro.
Fica uma dica, só leia as reportagens até o início da década de 1990. Depois disso o que se vê é a boa e velha Veja que nós conhecemos. Dispensável!
O outro link que recomento fortemente é o do Memória Viva - http://www.memoriaviva.com.br/ocruzeiro/ - que digitalizou alguns (poucos) números da revista semanal O Cruzeiro.
Pra quem não conhece, a revista circulou entre 1928 até o final da década de 70 e foi fundada pelo Assis Chateaubriand que, como bem definiu o J.P. Furtado, foi o Cidadão Kane brasileiro. Além disso, ela foi dirigida durante quase 30 anos pelo David Nasser, um cara tão mau-caráter que foi uma das figuras mais interessantes da sua época (e que apanhou do Brizola no Aeroporto Santos Dumont).
Apesar de não ter tantos recursos como o site da Veja, o Memória Viva vale principalmente pelo resgate de um passado, pelo menos pra mim, tão longínquo. O destaque vai pras reportagens super sensacionalistas sobre o Crime do Sacopã e a matéria sobre a morte do João Pessoa inssulflando as massas a tomarem um atitude. Vale a pena.

2 comentários:

Igor Néfer disse...

Lembrei-me de outros sites que eu já vi sobre o mesmo tema, ou seja, a AIDS no início, quando aparecia como "O Grande Mal". Num jornal famoso americano, em 85 ( não me lembro exatamente o jornal) chamaram a doença de "peste gay".

Gabriela Galvão disse...

Na verdade a AIDS foi chamada de Paste Gay e de Câncer gay por vários veículos do mundo inclusive no Brasil...